Cartilha do ódio

"O cataclismo estelar originou os planetas. O cataclismo social originou o capeta."


As letras do grupo Facção Central possuem fundamento, mas o que distingue a crítica do Eduardo em comparação às alheias, sejam elas de sociólogos, cientistas políticos, e pesquisadores do ramo, é que o compositor do FC sabe com apenas simples versos explicar os fenomênos catastrótificos que acometem nossa sociedade.
Logo no início da letra Cartilha do ódio, Eduardo se propõe a explicar quais seriam as causas primeiras para o surgimento da criminalidade. Assim, define como sendo o cataclismo social a falta de controle de natalidade, pois uma vez que haja uma catástrofe nesse sentido, o efeito se torna praticamente impossível de ser combatido. No entanto, como cidadãos confessos de uma nação, e submetidos ao Estado, percebe-se que o governo e suas políticas fracassaram e continuam fracassando nesse aspecto. Ora, a exemplo da China, que possui um controle de natalidade um tanto severo, ela está aí na disputa para ser uma grande potência e o irônico desse fato é que ela é mesmo assim o país mais populoso do mundo.
A pior tragédia que pode acometer a pólis, ou seja, a cidade, é o seu crescimento habitacional. A razão disso se dá pelo fato de uma cidade grande, a exemplo das capitais, serem mais difíceis de administrar, tanto pelo descaso dos políticos e naturalmente pelas dimensões que ela encerra.
Para quem gosta de filosofia política, em Do contrato social, de Jean-Jacques Rousseau, pensador iluminista, o mesmo se refere a esse fenomêno denominado por Eduardo como cataclismo social, ou seja, explosão populacional. Ocorrido isso, torna-se necessariamente mais difícil a distribuição da igualdade, educação, saúde pública, enfim, o caos se instala e o cataclismo, por fim, dá origem ao "capeta".

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Há mil anos luz da paz

"Foda-se meu inglês, noção de informática.
  Para Wolks, para Ford só boy merece vaga"


Nesse fragmento da décima terceira faixa do 2 cd que compõe o Direto do Campo de Extermínio, Facção declara, mais propriamente o Eduardo, autor da letra, que apesar de se ter inúmeras possibilidades de o jovem da periferia se dedicar aos estudos, ainda assim o preconceito fecha as portas para ele. A preferência da elite é senão ela própria, por essa razão, dá a entender que é o egoísmo social a causa que leva a sociedade à ruina, demonstrando que não só o governo tem sua parcela de culpa no caos cívil que se instalou no Brasil, ou também em qualquer outra localidade. A culpa, portanto, é da sociedade como um todo.